quarta-feira, 26 de agosto de 2020

Bolsonaro volta a atacar imprensa ao ser questionado sobre depósitos de Queiroz à Michelle

IPATINGA, MINAS GERAIS – Durante cerimônia de reativação do alto-forno da Usiminas, em Ipatinga, o presidente Jair Bolsonaro voltou a se irritar e xingar repórteres ao ser questionado sobre os depósitos feitos na conta bancária da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, pelo ex-assessor de Flávio Bolsonaro Fabrício Queiroz e sua mulher, Marcia Aguiar.
Por três vezes, chamou o jornalista de O Globo, que cobria a viagem, de “otário”. Outros jornalistas também fizeram a pergunta, que não foi respondida. Os valores na conta da primeira-dama somaram R$ 89 mil. Bolsonaro retrucou fazendo perguntas sobre movimentações financeiras da família Marinho, proprietária do jornal.

A pergunta de um repórter do jornal Estado de Minas, que questionou se Bolsonaro havia se arrependido de ataques anteriores a repórteres, foi classificada de “indecente”. Antes dos novos ataques a jornalistas, feitos durante entrevista coletiva ao longo de gradis que o separavam dos repórteres, o presidente abriu o discurso no fim da manhã em cerimônia na fabricante de aços Usiminas também criticando os meios de comunicação.

“O dia em que eu for elogiado pela imprensa, podem saber que o Brasil está indo mal”, disse. Sem máscara, ele voltou a causar aglomeração ao posar para fotos com funcionários dentro do empreendimento. Ipatinga é a terceira cidade de Minas em número de casos de covid-19, com 7.031 diagnósticos para a doença, segundo boletim divulgado nesta quarta-feira, 26, pela Secretaria de Estado de Saúde.

No evento, Bolsonaro também admitiu haver relação entre o auxílio emergencial dado à população de baixa renda durante a pandemia do novo coronavírus e o aumento de sua popularidade nos últimos meses. “O povo reconhece e sabe um dia tem um fim. Agora, é o tal negócio. Passamos tantos problemas no passado e nenhum outro presidente lembrou do povo para dar uma aspirina sequer”, disse, em viagem a Ipatinga, no Vale do Aço, em Minas Gerais.

Bolsonaro, no entanto, disse que o dinheiro “não é meu”. “É endividamento; por cinco meses demos R$ 600. Pretendemos dar ao final do ano uma importância um pouco abaixo disso”, afirmou. O presidente voltou a dizer que o auxílio custa R$ 50 bilhões por mês e que tem de ter um “ponto final”. Repetiu, ainda, que o valor dos próximos pagamentos ficará entre R$ 200 e R$ 600.

O presidente desembarcou em Minas com quatro ministros. Augusto Heleno (Segurança Institucional), Bento Albuquerque (Minas e Energia), Braga Netto (Casa Civil) e Marcelo Álvaro Antônio (Turismo). No discurso, Bolsonaro disse que em seu governo, pela primeira vez, os ministros foram escolhidos por critérios técnicos. "Assim se para a corrupção na raiz".

Informações do Estadão

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