quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

Temperatura nos oceanos bate recorde de calor pelo sexto ano consecutivo

Foto: Google Maps/Divulgação

Os oceanos do mundo estão mais quentes do que nunca, batendo o recorde de temperatura pelo sexto ano consecutivo. A descoberta, baseada nos dados mais recentes até 2021, é de autoria de 23 pesquisadores de 14 institutos e foi publicada na revista Advances in Atmospheric Sciences. O estudo resume dois conjuntos de informações internacionais: do Instituto de Física Atmosférica (IAP) da Academia Chinesa de Ciências (CAS) e dos Centros Nacionais de Informações Ambientais da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), que analisam observações do calor do oceano e seu impacto datam da década de 1950.


"O calor oceânico está aumentando implacavelmente, globalmente, e esse é um indicador primário da mudança climática induzida pelo homem", disse o autor do artigo, Kevin Trenberth, do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica no Colorado. No ano passado, os pesquisadores descobriram que os 2 mil metros mais altos em todos os oceanos absorveram 14 zettajoules a mais do que em 2020, o equivalente a 145 vezes a geração mundial de eletricidade em 2020. Para contextualizar, toda a energia que os humanos usam no mundo em um único ano é cerca de metade de um zettajoule.


"Além de absorver calor, atualmente, o oceano absorve de 20% a 30% das emissões humanas de dióxido de carbono, levando à acidificação. No entanto, o aquecimento oceânico reduz a eficiência da absorção de carbono oceânico e deixa mais CO2 no ar", disse Lijing Cheng, principal autor do artigo e professor-associado do Centro Internacional de Ciências Climáticas e Ambientais do IAP CAS. "Monitorar e entender o acoplamento de calor e carbono no futuro é importante para rastrear as metas de mitigação das mudanças climáticas."


"Os oceanos estão absorvendo a maior parte do aquecimento das emissões humanas de carbono", disse o coautor do artigo Michael Mann, professor de ciências atmosféricas da Universidade Estadual da Pensilvânia. "Até chegarmos a zero emissões líquidas, esse aquecimento continuará e seguiremos quebrando recordes. Uma melhor conscientização e compreensão dos oceanos é a base para as ações de combate às mudanças climáticas."



Por: Correio Braziliense

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