quinta-feira, 28 de agosto de 2025

Mais de 900 mil pessoas recebem água do São Francisco em Pernambuco

No Eixo Leste, a Adutora do Agreste é a principal obra que vai levar a água do São Francisco aos pernambucanos

Em Pernambuco, as águas do Eixo Leste da Transposição do São Francisco estão chegando em 10 cidades, sendo nove do Agreste e uma do Sertão - Foto: Movimento Econômico

As águas do Eixo Leste da transposição do Rio São Francisco estão chegando em 10 cidades pernambucanas, totalizando mais de 900 mil pessoas. Das 10 cidades, somente uma está no Sertão, Arcoverde. 

O restante está localizada no Agreste, região de maior estresse hídrico do Estado, e que passa por mais uma estiagem. “Caso não tivesse essa água, as 10 cidades estariam batendo na porta do governo federal pedindo carro-pipa. A transposição é uma obra transformadora”, resume o secretário estadual de Recursos Hídricos e de Saneamento, José Almir Cirilo.

Caso todas as obras complementares ao Eixo Leste estivessem implantadas, as águas do São Francisco poderiam beneficiar 2,2 milhões de pessoas em Pernambuco, segundo um cálculo divulgado pelo Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional em julho do ano passado.


A água da transposição só está chegando as nove cidades do Agreste por causa do Ramal do Agreste – que capta a água do Eixo Leste, em Sertânia, e leva até Arcoverde – e os avanços na obra da primeira etapa da Adutora do Agreste, que começa em Arcoverde e vai até Gravatá.


Ao ser inaugurada, as primeiras obras da Adutora do Agreste transportavam 200 litros de água por segundo. Hoje, a adutora entrega 1.400 litros por segundo. Com uma linha tronco que segue o mesmo percurso da BR-232, a Adutora do Agreste começa em Arcoverde e chegou em Pesqueira, Alagoinha, Sanharó, Belo Jardim, Tacaimbó, São Caetano, Caruaru e parte de Brejo da Madre de Deus. A cidade de Santa Cruz do Capibaribe também recebe água do São Francisco transportada por uma adutora chamada Alto Capibaribe.


“A nossa intenção é acelerar as obras da primeira etapa da Adutora do Agreste por causa da situação da Barragem de Jucazinho”, diz Almir. Utilizado para abastecer 11 cidades do Agreste, o Sistema de Jucazinho está com 2% a 3% da sua capacidade de armazenamento devido à estiagem que atingiu esta região. Antes da estiagem, este sistema abastecia cidades como Gravatá e Bezerros.


As obras da Adutora do Agreste são realizadas com recursos do governo federal. “Quando os recursos acabam, estamos colocando dinheiro do governo do Estado para não paralisar as obras”, diz o secretário.


A previsão é de que a primeira etapa seja concluída até o final de 2026. Com a conclusão da primeira etapa, a Adutora do Agreste poderá levar água a 23 municípios e beneficiar 1,3 milhão de pessoas em Pernambuco. Já foram empregados cerca de R$ 1,8 bilhão no empreendimento e falta cerca de R$ 200 milhões para a conclusão desta fase.


Segundo o secretário, o eixo principal está pronto, mas faltam os eixos transversais, que, em sua maioria, estão em obra. “Alguns estão em fase final de licitação”, conta Almir, acrescentando que a adutora já está perto de chegar em Bezerros, Gravatá e Toritama, todas cidades do Agreste pernambucano.


“O governo federal está trabalhando com a implantação de novos conjuntos de bombeamento. Isso nos dá mais segurança, porque vai aumentar a capacidade de transportar a água”, conta Almir.


Iniciada em 2013, a primeira etapa da Adutora do Agreste parou várias vezes por falta de recursos para serem empregados nas obras. O Eixo Leste foi inaugurado em 2017, mas na época nem a Adutora do Agreste nem o Ramal do Agreste estavam prontos. O Eixo Leste capta a água do São Francisco em Floresta, sertão de Pernambuco, e segue até a cidade de Monteiro, na Paraíba.


As águas do São Francisco e a segunda etapa da Adutora do Agreste

A segunda etapa da Adutora do Agreste vai fazer a água do São Francisco chegar a mais 45 municípios. O projeto desta fase do empreendimento está sendo atualizado. O valor do projeto original era de R$ 2 bilhões, segundo Almir. Quem vai financiar a obra e o projeto é o governo federal e a obra faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 3) e do Programa de Integração do São Francisco (PISF), que é a transposição.


“Para chegar nos 68 municípios, a grande questão é garantir os recursos. E isso não depende de nós”, comenta Almir. O governo do Estado também planeja fazer a água do São Francisco chegar ao Agreste pela barragem de Serro Azul, localizada em Palmares.



Informações - folhape

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