segunda-feira, 30 de março de 2020

São Paulo tem 206 pessoas internadas com covid-19 em estado grave


O secretário da Saúde de São Paulo, José Henrique Germann, disse nesta segunda-feira (30), em entrevista coletiva, que 206 pessoas estão internadas em unidades de terapia intensiva em todo o estado por causa do coronavírus. Segundo ele, no domingo eram 174 pacientes internados em UTI.


Nas enfermarias, com pacientes internados em estado leve, são 258 pessoas em todo o estado. São Paulo tem, até este momento, 1.451 casos confirmados de coronavírus, com 98 mortes.

Segundo Germann, a maioria dos países apresenta crescimento em torno de 33% no número de casos confirmados de coronavírus a cada dia, ou seja, o número dobra a cada três dias. Em São Paulo, disse ele, desde o dia 23 de março, não houve nenhum dia em que o número de casos chegou a atingir o patamar de 33%. “Ficou sempre abaixo de 33%”, falou ele.

Isolamento

Segundo Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan e um dos membros do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo, as medidas de isolamento utilizadas tanto no estado quanto na capital, estão dando resultado, diminuindo a taxa de contaminação. As medidas começaram a ser implantadas no dia 13 de março, com a suspensão das aulas. O governo decretou quarentena até, pelo menos, o dia 7 de abril. “Houve redução na taxa de contaminação. 

Antes das medidas, era um indivíduo infectado transmitindo para seis indivíduos da população. Após as medidas, isso caiu de um [infectado transmitindo] para dois”, falou.

“Em uma situação em que não houvessem sido tomadas as medidas, a epidemia, já no começo de abril, começaria a se aproximar de seu pico e exigiria a criação de 20 mil leitos no município de São Paulo, sendo 14 mil leitos hospitalares e 6,5 mil de UTI. Com as medidas [de isolamento social], a projeção entrou dentro do que é disponível. Assim vamos ter, em abril e em maio, capacidade de atendimento se essas medidas continuarem, ou seja, não estaremos sobrecarregando o sistema de saúde”, acrescentou Covas.

O diretor do Instituto Butantan falou que projeções feitas por institutos internacionais previa, para São Paulo, 277 mil mortes nos próximos 180 dias caso nenhuma medida de contenção fosse tomada. Com as medidas, disse ele, isso já cai para 111 mil. “O estado de São Paulo mostra a importância de se manter essas medidas. Temos que implementar essas medidas para que isso caia mais acentuadamente”.

Testes

O secretário de Saúde de São Paulo disse que o resultado de 12 mil exames para coronavírus, feitos por PCR, que detecta a existência do coronavírus por DNA, estão sendo aguardados no estado neste momento. “Desses 12 mil exames a serem feitos, 500 são de pacientes internados graves e, o restante, de casos leves. Isso significa que, entre os casos graves, a possibilidade de dar positivo será muito alta. E entre os casos leves, a positividade será bem menor”.

A expectativa do governo paulista é que, a partir dessa semana, a quantidade de exames seja ampliada. “Hoje a capacidade de produção de exames [para coronavírus], feitas pelo Adolf Lutz, passou de 400 exames por dia para 1 mil exames por dia”, falou ele. A ele vão se somar, disse Germann, os exames que serão feitos pelo Instituto Butantan e hospitais universitários. A partir do dia 2 de abril, o número de exames deve chegar a 3 mil por dia e, a partir do dia 10, a expectativa é que serão feitos cerca de 8 mil exames por dia no estado.

O governador de São Paulo, João Doria, mostrou hoje o resultado de um novo exame que fez para coronavírus, após o coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo, o infectologista David Uip, ter tido diagnóstico positivo. O novo exame, disse Doria, também deu negativo. Nas semanas anteriores, Uip participava diariamente das entrevistas coletivas realizadas no Palácio dos Bandeirantes por autoridades paulistas sobre ações contra a disseminação do vírus no estado.

Edição: Valéria Aguiar

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