terça-feira, 16 de março de 2021

Setor de comércio prevê impactos grandes com medidas mais rígidas

Foto: Internet

Com as novas medidas anunciadas pelo Governo de Pernambuco nesta segunda-feira, com restrições mais rígidas durante o novo período de quarentena, grande parte do comércio ficará fechada entre os dias 18 e 28 no estado.

Apesar de entender que o momento é de excepcionalidade por conta da contaminação do coronavírus e da sobrecarga nos leitos de UTI em Pernambuco, o setor acredita que a restrição é muito rígida para os que estão cumprindo com os protocolos sanitários. Além disso, apesar de o comércio poder funcionar de uma forma geral com delivery de todo tipo de mercadoria,  o setor acredita que as novas medidas vão trazer impactos negativos, principalmente para os pequenos e médios negócios.


Para Fred Leal, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas do Recife (CDL-Recife), o momento será de muitas dificuldades para o setor do comércio, que, segundo ele, já está no limite. "Sabemos que temos que ter ponderação, que é um momento difícil e que preservar vidas é o ponto principal, mas o comércio não é o principal centro de propagação porque tem cumprido todos os protocolos e tem sentido muitos os impactos das medidas para conter a disseminação do coronavírus. E os efeitos são ainda maiores para as pequenas e médias empresas", afirmou. 


Ele acredita que o governo, tanto estadual quanto federal, vai precisar tomar medidas para amenizar os impactos. "O Governo de Pernambuco já anunciou algumas iniciativas de crédito, mas são insuficientes, novas medidas devem ser tomadas para ver como vai ficar a situação. Imagine que o comércio vai perder metade do mês, tem que tomar medidas também para ajustar as obrigações salariais com funcionários, água, luz, condomínio", acrescentou. 


Para os shoppings, a linha de raciocínio é a mesma. De acordo com Paulo Carneiro, presidente da Associação Pernambucana de Shopping Centers (Apesce), esse é um momento de contribuir para conter a propagação dos casos de Covid-19, mas a avaliação é que os centros de compras são ambientes controlados e que seguem os protocolos de segurança sanitária. "Os shoppings seguem com intensa vigilância e podem ter tratamento similar a que outros setores tiveram, com liberação de funcionamento neste período da quarentena", informou por meio de nota. 


Segundo a nota da Apesce, o governo não teve a sensibilidade de dialogar com o setor, que tem sido colaborativo, e que os impactos serão grandes. "Com o aumento das restrições, haverá um impacto econômico expressivo para os lojistas, que deixarão de fazer as suas vendas e girar a economia, ameaçando empregos. Não é possível medir este impacto, ainda, mas são medidas prejudiciais para um segmento que vem sofrendo há muito tempo", concluiu o comunicado.


Para a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Pernambuco (Fecomércio-PE), as novas restrições podem quebrar empresas já fragilizadas. “A expectativa é de que um número grande de empresas que estavam resistindo à crise, mesmo com baixo desempenho nas vendas, não suporte mais este momento e encerre as suas atividades, implicando na perda de investimentos, empregos e renda”, informou a federação através de nota oficial.


Segundo a instituição, um segundo fechamento, antes mesmo de superar o impacto do primeiro, pode gerar um acúmulo de dívidas potencialmente perigoso. “Outro ponto importante a ser destacado é que muitos destes negócios já recorreram a linhas de crédito subsidiadas, apresentando assim endividamento mais elevado do que no mesmo período de 2020, limitando ainda mais a capacidade de manutenção da atividade em mais um período em que a restrição de abertura dos estabelecimentos não essenciais irá reduzir o desempenho das vendas”, completou o informe.


Informações DP


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