domingo, 8 de março de 2020

Filmes para conhecer o cinema sul-coreano


Quem se surpreendeu com Parasita levando o prêmio de Melhor Filme no Oscar deste ano com certeza passou despercebido com o sucesso do cinema sul-coreano que já tem quase duas décadas. Com ótima qualidade e histórias que as vezes parecem bizarras, listamos sete filmes que vão mudar sua opinião a respeito do cinema coreano.



OLDBOY ⭐⭐⭐⭐⭐ 
Oh Dae-su (Choi Min-sik) é um homem comum que é sequestrado e preso em uma estranha prisão, onde há apenas uma TV ligada, no qual ele recebe pouca comida e respira um gás que o faz dormir diariamente. Através do noticiário da TV ele descobre que é o principal suspeito do assassinato brutal de sua esposa e sem ter outra opção, ele passa a se adaptar à escuridão de seu quarto e a preparar seu corpo e sua mente para sobreviver à pena que está sendo obrigado a cumprir sem saber o porquê.

Esta produção de 2003 faz parte da Trilogia da Vingança construída pelo diretor Park Chan-Wook, que inclui Mr. Vingança (2002) e Lady Vingança(2005). Oldboy rendeu um remake meio tosco no cinema americano que não chega nem aos pés da violência estilizada e uma trama cheias de reviravoltas de cair o queixo. É cinema de primeira e que não envelheceu apesar dos seus 17 anos.

O HOSPEDEIRO ⭐⭐⭐
Na beira do rio Han moram Hie-bong (Byeon Hie-bong) e sua família, donos de uma barraca de comida no parque. Seu filho mais velho, Kang-du (Song Kang-ho), tem 40 anos, mas é um tanto imaturo. A filha do meio é arqueira do time olímpico coreano e o filho mais novo está desempregado. Todos cuidam da menina Hyun-seo (Ko Ah-sung), filha de Kang-du, cuja mãe saiu de casa há muito tempo. Um dia surge um monstro no rio, causando terror nas margens e levando com ele a neta de Hie-bong. É quando, em busca da menina, os membros da família decidem enfrentar o monstro.

A produção é do diretor Bong Joon Ho, de Parasita, e data de 2006, mesmo assim os efeitos do tal hospedeiro chamam atenção. Embora o enredo não seja nada surpreendente, é na construção dos personagens que Joon Ho se destaca, com personagens bem construídos e boas atuações. Disponível na Netflix.

UM DIA DIFÍCIL⭐⭐⭐⭐
Voltando do enterro de sua mãe, Gun-su (Lee Sun-kyun), detetive da polícia criminal, mata um homem em um acidente de carro. Para encobrir o caso, ele decide esconder o corpo do homem no caixão de sua mãe. Quando o caso ganha importância na polícia, seu parceiro de trabalho é nomeado para fazer a investigação. Gun-su acompanha o desenvolvimento do caso, conforme os detalhes do acidente vão sendo revelados. As coisas ficam ainda pior quando uma testemunha do acidente ameaça Gun-su.

Suspense tenso, de narrativa e concepção visual sofisticada, essa produção de 2014 não apela aos clichês do gênero e surpreende pelas reviravoltas inteligentes. Disponível da Netflix.

OKJA ⭐⭐⭐
Em 2007, uma poderosa empresa, apresenta ao mundo que uma nova espécie animal foi descoberta no Chile. Apelidada de "super porco", ela é cuidada em laboratório e tem 26 animais enviados para países distintos, de forma que cada fazenda que o receba possa apresentá-lo à sua própria cultura local. Uma década depois, a jovem Mija (Seo-Hyun Ahn) convive desde a infância com Okja, o super porco fêmea criado pelo avô. Prestes a perdê-la devido à proximidade do concurso, Mija decide lutar para ficar ao lado dela, custe o que custar.

Essa simpática fabula, também do diretor Bong Joon Ho (de Parasita), de 2017 é uma co-produção entre Coreia do Sul e Estados Unidos e conta com a participação de Tilda Swinton e Jake Gillenhaal. Tenta passar uma mensagem bonitinha contra a produção em massa acima de qualquer preço. Mas como em seu final: tudo tem um preço. Disponível na Netflix.

O MOTORISTA DE TAXI ⭐⭐⭐⭐
Em maio de 1980, um taxista de Seul recebe uma proposta de um repórter estrangeiro que consiste em transportá-lo para Gwangju e depois voltar para o local de origem por uma bagatela que cobrirá meses de seu aluguel pedente. No local, o taxista descobre uma realidade que ainda não conhecia: a ditadura militar na Coreia, quando centenas de civis foram massacrados pelo governo.

Baseados em fatos reais, a produção é daquelas que fazem o espectador não desgrudar da cadeira. O recorte histórico que o diretor retrata é oportuno e curioso para o publico estrangeiro e o diretor consegue equilibrar a aflição e tensão que envolve os personagens. É certo que exagera um pouco no drama em alguns momentos, mas nada que atrapalhe o resultado.

A CRIADA ⭐⭐⭐⭐⭐ 
Coreia do Sul, anos 1930. Durante a ocupação japonesa, a jovem Sookee (Kim Tae-ri) é contratada para trabalhar para uma herdeira nipônica, Hideko (Kim Min-Hee), que leva uma vida isolada ao lado do tio autoritário. Só que Sookee guarda um segredo: ela e um vigarista planejam desposar a herdeira, roubar sua fortuna e trancafiá-la em um sanatório. Tudo corre bem com o plano, até que Sookee aos poucos começa a compreender as motivações de Hideko.

Produção de 2016 do mesmo diretor de Oldboy, Park Chan Hook, é um trilher sensual onde o diretor consegue explorar sua elegância estética num filme de várias camadas com personagens complexos e sombrios. Um dos melhores filmes da década com certeza.

INVASÃO ZUMBI ⭐⭐⭐
Em um trem de alta velocidade com destino à cidade de Busan, na Coréia do Sul, um vírus misterioso que transforma as pessoas em zumbis acaba se espalhando de maneira devastadora. A cidade de destino da locomotiva conseguiu com sucesso se defender da epidemia, mas até chegar lá eles deverão lutar pelas suas sobrevivências.

Quem disse que apenas os americanos podem produzir filmes com zumbis? A Coréia do Sul também tem seu filme pós-apocalipse com a mesma qualidade hollywoodiana, seja nos pontos positivos, como nos efeitos especiais caprichados, até nos negativos, como em sua conclusão melodramática, que prejudica um pouco o resultado final.

Por Allyson Rodrigues

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