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O Ministério da Fazenda revisou a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 2,10% para 1,61% em 2023. Segundo os dados do Boletim Macrofiscal, divulgados pela Secretaria de Política Econômica (SPE), a redução levou em consideração os efeitos contracionistas da política monetária, com a alta dos juros promovida pelo Banco Central para combater a inflação. A projeção anterior foi feita em novembro pela gestão anterior da pasta, no governo passado.
A projeção ainda está acima das expectativas do Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, que é de crescimento de 0,83% para este ano. Para 2024 a projeção passou de 2,50% para 2,34%. Para 2025, a estimativa subiu de 2,50% para 2,76%.
Segundo a SPE, tanto o setor de serviços quanto a indústria devem ser os mais afetados pela queda da demanda, provocada pela alta nos juros e pela contração do crédito. Por outro lado, o secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, destacou que o agronegócio deve surpreender este ano.
“A política monetária tem efeitos defasados e o aperto monetário claramente tem impacto no mercado de crédito brasileiro. Isso se relaciona com o comprometimento de renda das famílias e os níveis de endividamento, que afetam mais o setor de serviços e a indústria. Por outro lado, temos uma projeção de safra recorde de grãos. Se no ponto de vista da indústria e serviços ainda estamos observando desaceleração, no ponto de vista do setor agropecuário esperamos um crescimento mais robusto”, avaliou Mello.
Inflação
O relatório estimou que a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), será de 5,31% em 2023. A meta central de inflação para este ano foi fixada em 3,25% pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%. Caso a projeção do governo se concretize, este será o terceiro ano consecutivo de estouro da meta.
De acordo com a SPE, a inflação dos alimentos e de bens industriais deverá desacelerar nos próximos meses. No entanto, os preços monitorados (administrados) devem subir mais que o inicialmente previsto, o que justificou a revisão para cima da projeção para o IPCA.
Contas públicas
O Boletim Macrofiscal também atualizou as previsões para as contas públicas. A projeção de deficit primário, resultado negativo nas contas do governo sem os juros da dívida pública, caiu de R$ 125,99 bilhões, valor previsto no início do ano, para R$ 99,01 bilhões. Quanto à Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG), principal parâmetro usado para comparar o endividamento dos países, a previsão caiu de 79,1% para 77,6% do PIB.
A SPE reforçou que as projeções incorporam o pacote de medidas fiscais já anunciadas pelo governo, como a política de valorização do salário mínimo, aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda e também o programa de renegociação de dívidas Desenrola, que deve ser lançado em breve.
Informações do: Correio Braziliense
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